
Acho que pelo fato de o assunto ainda está em pauta, vieram me perguntar o que acho sobre esse caso. Na verdade, o que sei sobre isso é o que a maioria das pessoas sabe. Quer dizer, quase nada. Contudo, mesmo com esse mínimo de informação de que disponho, não pude deixar de observa algumas questões que valem a pena ser colocadas.
A princípio, o caso todo gira em torno de algo muito precioso para a expressão da vida. Inclusive é em nome dessa preciosidade que as partes envolvidas buscam fundamentar suas posições. Quer dizer, tudo gira em torno da liberdade. Da liberdade do Ser.
Contudo, ainda não ouvi essa pergunta em meio à discussão: liberdade de quem? E a discussão continua sem que outras perguntas fundamentais sejam feitas.
De fato, parece que somente se prolongou por mais tempo devido a alguns meios de comunicação que insistiram em dar ênfase a essa questão, em nome da defesa dos direitos individuais. Muito bem! Mas direito de quem mesmo?
Bom, em se tratando de direito à liberdade, independente de querer tomar partido por qualquer lado, implícito está a busca pela justiça. E como sou um cidadão que precisa de uma Justiça isenta de favoritismo, prefiro tratar desse assunto reafirmando que não me coloco a favor de nenhum dos lados da questão. Mas me coloco aberto a conhecer entendendo que a justiça é o fiel da balança.
O que muito me impressiona é a flagrante posição dos meios de comunicação em favor de uma história absurdamente mal contada. Como se não bastasse isso, tenta, a todo custo, enfiar goela abaixo da população o direito de uma pessoa poder fazer o que quiser em nome da liberdade.
Lamentavelmente, só tivemos acesso às informações de apenas um lado. O da garota. Inclusive com uma versão da própria. Mas os mesmos que divulgaram esse assunto não tiveram a decência de ouvir o outro lado para que a coisa fosse imparcial.
Ao contrário, trataram do assunto como se toda a sociedade fosse desprovida de alguma cultura, tentando impor os seus valores. Valores de um grupo se impondo diante de uma suposta sociedade supostamente sem cultura. Parece que tentaram fazer prevalecer a cultura da não cultura.
É quando cabe outra pergunta: estão defendendo qual tipo de liberdade? Acho que se tivessem buscando algo legítimo, teriam aprofundado mais a questão ouvindo os dois lados com a mesma intensidade. Mas não foi assim.
Pelo contrário, a pressão dos meios de comunicação em defender essa “liberdade” foi de tal modo que se apresentou contraditória. Ou seja, mais ou menos assim: estamos numa democracia desde que você pense igual a mim. E em meio a esse contexto, ela deixa de ser isenta para defender algo que seja importante para a sociedade discutir.
Concluo invocando o equilíbrio para arrematar esse pensamento, pois entre a liberdade irresponsável e a liberdade responsável, essa última serve para todas as ocasiões. Afinal, a minha liberdade acaba quando começa a do outro.
Copyright©Mhauro Garcia Filho
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