CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

5/09/2008

Rastro de Conhecimento


O Homem, ávido por conhecer os fenômenos naturais, a partir de sua observação, estabeleceu uma rotina de escritos para descrever o processo dos acontecimentos com o intuito de, posteriormente, reconhecê-los. Desde o momento do primeiro registro de experiências vividas pelo sujeito, configurou-se o prenúncio do livro. De desenhos em pedras, os mais aptos fizeram registros dos momentos vividos em variados tipos de papéis passando a impressos em máquinas e, por último, mas não por fim, na forma virtual. Com essa prática de transmitir o conhecimento para as gerações futuras, o Homem assegurou o seu lugar dominante sobre os outros seres do planeta. O diferencial foi o encurtamento do caminho para o conhecimento através dos registros de suas experiências.

Certamente que, num primeiro momento, o acesso a esse legado de conhecimento estava restrito a um número pequeno e exclusivo de pessoas que tinham livre trânsito às mais antigas coleções de livros. Se foi Pisístrato, em 540 a.C. quem inaugurou, em Atenas, a primeira biblioteca privada aberta à consulta pública, Aristóteles foi quem estabeleceu, com este modelo, a ligação entre o aluno e a biblioteca. Segundo este pensador, era importante a união desses elementos: o aluno e o saber, para que se pudesse desenvolver uma relação útil ao progresso da ciência. Demétrio de Phalero e Ptolomeu alargaram esse pensamento com a fundação da Biblioteca de Alexandria, que demarca um grande episódio na história da humanidade deixando um legado fabuloso na memória dos homens. Ora, se o Império Macedônico estendia-se da Sicília à África do Norte, da Península Balcânica à Ásia Menor, do Irão à Índia e ao Afeganistão, era útil que se conhecesse o legado cultural desses diferentes povos para que se realizasse um bom governo. Esse feito foi tão importante para a humanidade que, para tentar recuperar a importância de uma instituição como a Biblioteca de Alexandria, destruída pelo terrível incêndio criminoso, foi inaugurada, em 2002, a Nova Biblioteca de Alexandria por iniciativa do governo egípcio e a colaboração da UNESCO. Sem dúvida, os egípcios desde os primórdios dos tempos, assim como a civilização árabe, descontados os equívocos de guerra, deu grandes contribuições à humanidade com seu interesse em fazer catalogar o conhecimento.

Mas não poderíamos esquecer de mencionar, em se tratando de contribuição literária, os mosteiros e conventos que tinham como seu maior patrimônio a presença de religiosos intelectuais que faziam tanto a tradução de livros como ensinavam. Por incrível que pareça, uma biblioteca com 200 volumes, naquela época, era considerado um grande acervo.

Atualmente, não e difícil encontrar alguém que tenha essa quantidade de livros dentro de casa. O acesso aos livros tornou-se tão fácil com o advento da imprensa que o número de pessoas que adquiriram o hábito de ler e manter uma biblioteca particular aumenta a cada dia.

Por sua vez, as IES cumprem com sua proposta de fornecer meios aos seus alunos de ampliarem suas possibilidades de aquisição do conhecimento quando ofertam uma variedade e quantidade de livros úteis ao aprendizado. Em números oficiosos, somando apenas as sete maiores Instituições de Ensino Superior da cidade de Fortaleza, é possível contabilizar mais de 400 mil volumes à disposição de seus acadêmicos. Certamente que esses livros ficam disponíveis, apenas, de seus corpos discentes, mas é possível considerar um avanço na medida que torna-se possível o acesso ao conhecimento por uma parcela maior da população fortalezense.

Em tempo, é interessante dizer que biblioteca é um espaço que tem a finalidade de colecionar livros de todos os tipos, monografias, enciclopédias, dicionários, manuais, apostilas, revistas etc. Esse espaço pode ser virtual, por causa do advento da Internet ou, como reza a tradição, concreto. Tem como objetivo um conjunto de pressupostos como reunir, organizar e difundir com rapidez e credibilidade a informação bibliográfica. E o produto de sua utilização é a educação, pois facilita o alargamento compreensivo da informação incentivando o senso crítico e investigativo. É também cultural, pois oferta a compreensão da forma de pensamento momentâneo e estimula a criatividade e a reflexão.

Por isso, não seria errado afirmar que uma biblioteca, além de ser um legado para as gerações futuras, é, também, um rastro de experiências vividas.

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