CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

5/06/2008

Vontade Política

Enquanto a grande maioria dos brasileiros passa pela angústia da incerteza quanto ao seu futuro, nossos políticos parecem se mostrar indiferentes ao que nossa sociedade necessita. A desculpa é que o processo político é lento.
Contudo, a questão da lentidão é relativa na medida que se determina a prioridade das necessidades.

Transpondo da administração pública para o cotidiano de um cidadão podemos perceber melhor a questão da prioridade. Na administração da vida pessoal de qualquer um, a ordem na tomada de decisões obedece a uma prioridade, ou seja, aquilo que for mais importante é resolvido primeiro.

Na vida em comum familiar, apesar das divergências, ocorre mesmo. As decisões motivadas pelos interesses pessoais, não impedem o desenrolar das necessidades pessoais e nem coletivas. No final, tudo é resolvido da melhor maneira possível segundo o entendimento desse núcleo. O que permeia a vontade de prosseguir é a tentativa de não errar ou, no máximo, cometer pequenos erros para não implodir a estrutura familiar. E dão continuidade à vida.

Importante lembrar que esta família está inserida num sistema e filosofia de vida capitalista e que, por isso, a busca da melhoria da qualidade de vida, que é o grande objetivo, não se desvincula do capital. Todavia, o importante para os familiares é o bem estar dos entes apesar e por causa de serem regidos pelas limitações dos seus próprios recursos financeiros.

Já para a maioria dos políticos, quando a prioridade deveria ser a nossa prioridade, os nossos interesses são preteridos diante dos seus. Tudo em função do “bem da grande comunidade”, seja ela municipal, estadual ou federal.

Diante de tanta morosidade em resolver questões fundamentais, será que eles passam pelas mesmas dificuldades financeiras que um cidadão comum? Certamente o que recebem por seus trabalhos não se compara ao que a maioria dos brasileiros recebe no final do mês.

Os políticos ganham muito bem e cada vez melhor e a questão é exatamente essa. Vivendo com essas facilidades será que conseguem ter uma dimensão exata das necessidades e dificuldades do povo?

E se o dinheiro que recebem a cada mês fosse um percentual vinculado à, por exemplo, a arrecadação do estado vinculado à produção de melhorias sociais no qual fosse pago através de um órgão independente do governo? E se todo funcionário público tivesse essa mesma forma de ganho? Certamente que resolver as questões relativas ás responsabilidades de seu trabalho seria prioridade. No mínimo três coisas iriam acontecer: administração pública transparente; a participação do povo nos projetos sociais e o despertar da vontade política.

(Texto escrito em 2004 para um aulão)

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