CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

5/25/2009

O íntimo, a cultura e o destino


São as escolhas que precedem aos acontecimentos da vida ou é a vida que nos faz escolher para vivermos o que sucede?

Com outras palavras: o íntimo da pessoa é que lhe faz passar pelo que ela passa ou são os acontecimentos do mundo que lhe ensinam a escolher para viver suas conseqüências?

Em algum ponto da existência dessa pessoa, um dos dois se realiza primeiro. Disso eu tenho certeza! Depois vira uma bola de neve. Mas, realmente, não sei qual chega primeiro. Inclusive o cerne desse acontecimento é a visão de mundo processada e já assimilada.

Para ser mais didático, a imagem que faço é mais ou menos assim: a mensagem entra como se fosse por uma abertura da inteligência, passa por uma “canaleta” até chegar em um ponto cheio de bifurcações e novos direcionamentos. Daí, enquanto que para alguns, a mensagem vai para o norte, para outros, vai para o noroeste enquanto que, noutras pessoas, vai, simultaneamente ou não, com a mesma força ou não, para vários lados. Sinapses.

É isso que nos faz únicos e que, sem a convivência em grupo, estaríamos perdendo a oportunidade de conhecer a interpretação da realidade pelos olhos de outras pessoas. Eis a importância de comunicar-se. Eis a importância da coerência entre o que é dito para o que é feito. Isso porque o comportamento também comunica.

Outra coisa importante que considero nesse processo de viver, é um “lugar” neutro para a convivência pacífica. Esse lugar neutro, que fica suspenso, fica sobre o plano social, seria os valores acordados como úteis. Valores vividos e testados pela história humana que, seja através da ciência ou mesmo através do conhecimento empírico da coletividade, representam a sabedoria que nos livra de cair em erro por simples impulso pueril.

Claro que a liberdade é de cada indivíduo. Cada um tem esse direito. Contudo, questiono essa liberdade, pois esse sujeito está impregnado até a tampa de pensamentos cristalizados pelos acontecimentos da vida. São paradigmas que se formaram a partir do reforço de experiências da vida. Que liberdade é essa que está presa numa visão de mundo?

Daí, é possível, então, dizer que a vida se resume em lutar contra a ignorância, a treva contida no Ser com experimentos que jamais saberemos se alcançaram o sucesso ou o fracasso? Sendo assim, o ideal seria “chutar o balde”?

De certo que, para alguns, isso é verdadeiro e útil, pois a falta de sensibilidade lhes permite estar com o pé enfiado na fossa sem sentir o mau cheiro. Contudo, para outros que buscam realizar-se, o diferencial está nessa sensibilidade. É ela que se apresenta, seja através da inteligência ou mesmo através dos sentimentos.

Sensibilidade que é capaz de reconhecer a necessidade de um “local” neutro para melhorar a convivência humana. Mesmo porque, esses sensíveis, se quisessem, poderiam ser mais cruéis do que os não sensíveis, em suas decisões. Afinal, têm a seu favor a capacidade de encontrar o eixo do movimento. Só não o fazem por saber que estariam reforçando a ignorância.

Portanto, enquanto não se descobre qual inicia a realidade do Homem, se o seu íntimo ou as coisas que estão fora, penso que um melhor caminho seria lançar mão desses valores que compõem a sabedoria da Humanidade para buscar uma atitude ética.

Debatê-los é fundamental para desmistificá-los. O que você acha?


Copyright©Mhauro Garcia Filho

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