Por mais que pareça óbvio, a questão que será posta em pauta é um assunto extremamente sutil, quase que imperceptível. No entanto, talvez por causa dessa sutileza, é que ela deva ser sondada. Mesmo porque, ela é inversamente proporcional ao que aparenta ser. Trata-se da capacidade de assimilação das informações pelo sujeito. Ou seja, aquilo que ele compreende e apreende como sendo útil para o seu desempenho na vida.
Aparentemente todas as pessoas têm acesso ás mesmas informações e às mesmas oportunidades de conhecimento. Contudo, quando se coloca uma lente de aumento nessa aparência, é possível ver que as desigualdades são enormes até para um grupo que vivencia uma mesma experiência. Por exemplo, diante de uma crise de mercado, é fácil encontrar duas pessoas que pensam diferentes. Enquanto uma pensa que deve se retrair, a outra pensa que deve expandir. Tudo é uma questão de como cada um assimila a mesma realidade.
Considere ainda que além da reação que aparece e gera seus frutos, existe uma raiz profunda de experiências de vida que estão encobertas pela superfície. Na verdade, é essa raiz a causa das posturas diferentes diante da mesma situação. Inclusive, é ela que determina o foco das atenções. É ela que decide o quê e o quanto algo é importante para a vida do sujeito. Mas, apesar desse poder, é totalmente embasada em memórias de sentimentos básicos como o medo, a raiva e o prazer.
São esses três que dão origem ás variações de outros sentimentos. Da mesma forma, são eles que selecionam e classificam os valores contidos nas experiências da vida. Mesmo que de forma equivocada. Afinal, quando um desses sentimentos prevalece mais que o outro, o entendimento, a assimilação e a reação tornam-se diferentes diante de uma mesma situação.
Posto isso, já perceberam que o aprendizado extraído de cada experiência produz um resultado diferente como se faltasse algo de sutil em alguém enquanto que noutra pessoa tudo corresponde adequadamente? Então surge a pergunta: o que esse segundo sabe que o primeiro não sabe?
De fato, nem sempre que uma informação chega, o sujeito a apreende de forma adequada como se supunha ser. O que é óbvio para uns, é altamente desconhecido para outros. O que é útil para uns, é absolutamente inútil para outros. O que mostra o valor e a verdade do que é assimilado corretamente ou equivocadamente, são os resultados, os desdobramentos que essas pessoas com compreensões diferentes vivenciam, fazendo com que se distanciem um do outro.
Eis porque a educação formal é importante! Ela é o ambiente comum de convivência que estabelece um local neutro para as relações inteligentes. No entanto, mais do que uma educação, existem pessoas que precisam aprender coisas que lhes proporcionem um salto de qualidade em suas vidas. E esse aprendizado só pode ser realizado com uma orientação. Ou seja, mais do que educado, há pessoas que precisam ser orientadas.
É quando a razão começa a fazer sentido e efeito por causa do auxílio de terceiros.
Independente do tempo de vida, sábios são os que buscam por orientação. Agraciados aqueles que recebem uma boa orientação.
Copyright©Mhauro Garcia Filho
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