
Já ouvi perguntas de pessoas que, simplesmente, fazem qualquer um ter a certeza de que por mais que se diga algo, mais precisa ser dito para ser assimilado. Por mais que o tema pareça ser batido, nunca é demais retoma-lo. Pois bem, a última foi: “para que mudar?”.
E ainda veio com argumentos justificando sua crença de que não adianta mudança. Como tenho certeza de que o leitor deve imaginar essa justificativa, nem vou falar dos argumentos para não perder tempo. Contudo, vale uma reflexão!
Quando se fala em mudança, naturalmente, de forma implícita, se fala de quebra de paradigmas. E essa transformação envolve valores, pensamentos, comportamentos. Em suma, trata-se de uma pessoa mudar a forma de ver a vida e responder aos seus apelos.
Mas, talvez, o pensamento que formula essa pergunta inicial esteja embasado na descrença de si mesmo. Afinal, dentro dessa lógica ficaria assim: como suportar uma nova postura se os hábitos já se tornaram vício? Se a visão de mundo já está cristalizada numa forma-pensamento que é tão familiar? Afinal, essas certezas permitem ao sujeito reconhecer-se como ele é. Caso fosse diferente, não seria mais ele...
Bom, acontece que a questão da mudança não é algo que seja voluntário. É verdade! É algo absolutamente impositivo. Trata-se de uma necessidade que significa dizer que as certezas, ou seja, as estruturas de aprendizado precisam ser demolidas e reconstruídas constantemente. Atualmente, isso independente do gosto ou desejo de qualquer pessoa.
E essa falta de entendimento é uma das causas do sofrimento de tantas pessoas. A relutância em ter que antecipar-se intimamente á transformação exigida do que está de fora vem cobrar, ao mesmo tempo em que sofre as conseqüências desse retardo.
Portanto, se houve um tempo em que a firmeza dos paradigmas garantiam a estabilidade e harmonia de tudo, hoje, essa fórmula está totalmente equivocada e contrária à necessidade do Homem. Hoje, é necessário que se quebre os paradigmas para que possa gerar estabilidade e harmonia das relações.
E vale ressaltar que a mudança, a quebra de paradigma só é válida e duradoura, quer dizer, sem conseqüências negativas para aquele que muda, se for na direção do bem. É isso mesmo! Pode parecer piegas, mas a despeito da dualidade religiosa ou mesmo do pensamento maniqueísta, esse direcionamento tem uma utilidade comprovadamente positiva. Na verdade, o bem não pertence a posicionamentos santificados, mas é um recurso inteligente para a convivência humana.
Bom, então responda a essas perguntas. Sim ou não. Como você responderá com sua consciência, nem preciso pedir que seja sincero, não é mesmo?
Você só gosta de ouvir o que quer ouvir?
O seu sentimento de pertença a uma comunidade corresponde às suas raízes?
Aceita ser contrariado?
O outro de sua convivência reflete a sua existência?
Se recente com a realização dos outros?
Caso apenas uma tenha sido Não, busque trabalhar o autoconhecimento para aceitar o que está fora de você, para facilitar a quebra de paradigmas.
Copyright©Mhauro Garcia Filho
Gostei muito dessa reflexão sobre mudança pessoal. O cachimbo faz a boca torta. É preciso muita disposição e entender que a mudança somente ocorre quando temos a CERTEZA de que algo diferente e melhor vai acontecer conosco. Como nunca ou quase nunca temos essa certeza, vacilamos. Entendo também que é uma questão de fé e muito otimista. Dermeval
ResponderExcluirótimo texto. parabéns! Mudamos quando não dá mais para segurar o desconforto interno. A lei da gravidade que nos puxa para o conforto é muito grande. Como não temos certeza de que as mudanças vão se processar em nosso intimo, navegamos na vida entre altos e baixos momentos de felicidade, infelicidade, insegurança e outras coisas da nossa psique. abraços.
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