CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

11/17/2010

Planejamento estratégico às avessas





É sabido que o planejamento estratégico se desenvolve a partir de metodologias específicas. Contudo, para aqueles que buscam executar esse trabalho pela primeira vez, na maioria das vezes, segue-se um roteiro ou aquele passo-a-passo chavão dos ensinamentos acadêmicos. Acontece que já deu para perceber que existe um entrave sério no entendimento da utilidade desse planejamento: o paradigma de quem aplica, enquanto uma consultoria, e de quem demanda enquanto contratante.

Com certeza, fruto de uma cultura da décadas quando os ganhos eram em cima da exclusiva acumulação do capital. Trata-se da era da inflação que, até a URV, que antecedeu o Plano Real, as riquezas se realizavam pelos rendimentos das aplicações em banco. Prática que passava ao largo da produção, da qualidade, do profissionalismo etc. Bastava juntar um pouquinho e aplicar no banco e administrar esse recurso que o status ficava garantido.

Com o advento da estabilização da moeda, inaugurou-se inutilidade da inflação. Se quiser, pode considerar o contrário também. O fato é que a partir desse momento, o mercado se apresenta com outra perspectiva mudando, junto, as formas de relação. Do ganha-perde, passou-se ao ganha-ganha, da exploração passou-se à colaboração, do isolamento à parceria, da reação à proatividade, da contemplação ao planejamento, do amadorismo ao profissionalismo etc. Tudo porque as exigências do mercado afirmam que a riqueza só poderá acontecer a partir da competência. É ela que vai determinar a velocidade de enriquecimento.

De fato, nem todas as organizações compreenderam essa realidade e, por isso, ainda continuam rodando em círculo sem saber muito bem o que está acontecendo. Os costumes eram tantos que somente os mais inteligentes conseguiram expurgar de vez a velha prática e, portanto, as suas conseqüências. Entenderam que a inteligência funciona melhor quando o orgulho é posto de lado.

Aprendera a ouvir e a experimentar novos procedimentos. Entenderam que às vezes um “mosquitinho” de nada é a grande causa do desfazer o “nó” que impede o fluxo dos acontecimentos. E o planejamento estratégico começa a fazer mais sentido. Outros já adotam pilares de orientação organizacional e a proposta da Governança Participativa. Mas o pior é quando tudo isso fica somente no discurso ou no papel...

Bom, na pior das hipóteses está tentando ser competente, mesmo que o orgulho por trás dos vícios não deixe.

E atendendo ao vício das velhas práticas, quando se pensa no planejamento estratégico, em muitos casos, estabelecem metas que surgem da vontade pessoal, do sonho, da ilusão e, como essas metas estão ligadas ao balanço financeiro, para atingir a meta de “crescimento” cortam as despesas da folha de pagamento e colocam pessoas para fora gerando conseqüências mensuráveis e não mensuráveis.  Sem falar de outros meios que se usa para dar o resultado de crescimento.

Diante desse quadro, que planejamento estratégico é esse? No meu entendimento, esse recurso serve para melhorar a empresa, para dar condições de crescimento e, sendo assim, não é admissível lançar mão de equívocos para se iludir que está crescendo. Em todos os planejamentos estratégicos que fiz para organizações, provo que o desafio está  em fazer o que ainda não foi feito com vistas no aperfeiçoamento.


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