Em meio à convivência com profissionais
diversos, fui indagado sobre a questão do desvio de carreira. Muitos se formam
em um curso e, no decorre de sua vida profissional, (Sic) “acabam indo para outras
áreas e fazendo o trabalho de outros cursos, qual é o mérito disso?”.
Pois bem, foi com esse final de frase que
percebi o que envolve a compreensão do mérito. Quer dizer, embora o mérito
venha da palavra merecimento, e esta implicar em, segundo o dicionário: aquilo que empresta valor a algo; aquilo que
há de bom, vantajoso, admirável ou recomendável em alguém ou algo; importância,
preço, valor, as pessoas entendem como sendo algo que as habilitam devido
aos seus cursos de formação. Um exemplo clássico é o meritíssimo juiz, que
conquistou aquele cargo por ser reconhecido pelas aquisições intelectuais e
chancelas formais das instituições.
Contudo isso não é suficiente para abranger
as enormes potencialidades humanas e nem responde a pergunta inicial. Pois essa
pergunta envolve indagações sobre os talentos inatos e a restrição desses
talentos pela falta de atestado.
Eis uma situação que coloca em desafio o
aproveitamento das potencialidades humanas. Afinal não será somente por um
atestado institucional que se reconhecerá os talentos humanos e, tão pouco, se
deixará de aproveitar as potencialidades humanas.
Mesmo porque, a tendência da educação será
sair da “caixa padronizada” para adaptar-se à idiossincrasia e aos talentos
pessoais, proporcionando meios de igualdade de condições para todos os aprendizes.
Por isso, creio que o entendimento da meritocracia
esteja em declínio devido a uma realidade avassaladora impossível de deter: a
iluminação das ideias.
Posto essas considerações, quem antes foi adepto
da meritocracia, urge rever seus valores e compreensões para acolher novos
conceitos como a aptocracia.
Aptocracia, do latim:
Aptus - adequado, apto, válido;
Kratos - poder, domínio.
Apto, segundo o dicionário: que possui
capacidade natural ou adquirida para realizar algo; idôneo, habilitado, capaz -
próprio, adequado, conveniente.
Note que mesmo com a aptocracia, existe a
escalada de obtenção dos saberes, mas não depende de atestados institucionais que ignoram as condições e os meios de acesso para formação humana. Pelo
contrário, o reconhecimento se dá pela comprovação prática e positiva na execução de
tarefas. E assim a humanidade prossegue!
©Mhauro Garcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato pelo seu comentário.