Está muito comum ouvir sobre algumas
filosofias que se replicam como se tivessem vida própria. Contudo, para essa
replicação, de fato, utilizam um hospedeiro cujas condições de receptividade, se
apresentam em perfeitas condições de disseminação desse vírus. Claro que para manter
a vida ao que não tem e replicar o que por si só não o faria, é necessário que
exista um transporte vivo como as pessoas.
Ora, se isso acontece com um vírus de alguma enfermidade, também
acontece com uma ideia, uma filosofia falsa.
Sabe-se que para o controle de um vírus,
existe o remédio. Com o remédio, mata-se o perigo da contaminação. Mas parece
que não é sabido que para o controle de uma filosofia falsa, existe a reflexão.
De fato, parece que as pessoas, devido à sua
inércia mental e apego aos seus vícios, preferem recorrer às facilidades de
falsas filosofias a ter que reconhecer e enfrentar seus equívocos íntimos. Ou
seja, de se enfrentar.
Para tanto, acolhem e disseminam ideias como “não
existe o certo e não existe o errado”. Ou então, “a verdade é relativa”. Tem outra:
“não existe o mal”. E essa: “Temos que aceitar as limitações dos outros”. Mais uma: “ter um milhão de amigos”. E tantas
outras.
O pior é que não percebem que enquanto estão
estagnadas em seus vícios, o outro também está e, portanto, a adaptação se impõe
sob dores, frustrações e confusão, ao invés de alegrias, conquistas e harmonia.
Predomina a confusão como modelo ideal.
E essas filosofias são tão bem inter-relacionadas
que parece ser algo pensado para aprisionar as pessoas em suas incompetências. Ou
então da desistência das verdadeiras potencialidades humanas. É algo como um
espectro maligno de subjugação que alimenta o que existe de pior nas pessoas.
Dito isso, poderemos analisar cada uma dessas
cinco filosofias de vida. Para tanto, passamos a observar o contexto em que
cada uma é utilizada. Vejamos:
“Não
existe o certo e não existe o errado”.
Essa filosofia de vida quer afirmar, de fato,
que – não existe fórmula para socorrer as necessidades, pois cada situação
requer um olhar específico e ações distintas. Contudo, existe, sim, o certo e o
errado, pois se não existisse o certo e o errado, não precisaríamos da ética.
“A
verdade é relativa”.
Outra falácia que reforça a frase anterior.
Contudo, o que essa frase tem que observar é que a Verdade é única, mas as
percepções individuais é que são relativas. Portanto, as pessoas, em sua
idiossincrasia assimilam o seu contexto a partir de seu alcance perceptivo. Mas
a verdade continua sendo o que é.
“Não
existe o mal”.
Mais uma filosofia que atrapalha a percepção
das pessoas. Com essa filosofia, a aceitação das infrações da ética se agiganta
ao ponto de retirar os referenciais para se atingir o modelo ideal. Basta que,
para saber se existe o mal, verifique os resultados das ações. Se a ação fez
você ou alguém permanecer na dor ou no sofrimento de forma aprisionantemente
subjugadora, isso é o mal.
“Temos que
aceitar as limitações dos outros”.
Essa frase está mal construída, pois ela revela
uma postura passiva diante da limitação alheia. Principalmente se ela é
ofensiva. Portanto, ela não expressa o que, de fato, contém uma solução: Temos
que respeitar as limitações dos
outros. Afinal entender que as pessoas têm suas limitações não implica que elas
tenham que permanecer nas limitações. Pelo contrário. Embora cada pessoa seja
única em suas percepções e execuções, é necessário o respeito juntamente com a
proposta de superação dessas limitações.
“Ter um
milhão de amigos”.
Essa filosofia é algo muito pretensiosa, pois
é impossível ter um milhão de amigos. Quando muito, algumas pessoas conseguem
ter um ou dois amigos. Mas essa frase pretende que as pessoas se abram para
amizades adotando as frases anteriores como um meio para esse feito. O resultado é a frustração certa, pois se você
calcula a sua bondade e atenção com a outra pessoa, se você não é sincero, se
você tem ciúme ou raiva de vê-lo se realizar, você não é amigo. A frase reduz a
amizade a uma relação de transeuntes que se encontram fortuitamente. Ela ignora
as condições adequadas para a amizade como a espontaneidade, a sinceridade, o cuidado,
o conhecimento das necessidades, a lembrança para as oportunidades, a alegria
de estar junto e de ver o outro se realizando. Isso tudo de forma recíproca.
Mas reconhecemos, para concluir, que existem
pessoas que preferem acreditar no que É. Ou seja, acreditam naquilo que pode até
contrariar seus interesses. E existem pessoas que preferem acreditar no que
QUER. Ou seja, acreditam naquilo que reforça sua conveniência íntima. Na dúvida,
prefira estar do lado dos princípios e valores eternos e universais como a
humildade, a gratidão, a justiça, a verdade, a igualdade, a ética, a sensatez,
a reparação, a reconciliação, a fraternidade, a instrução, a libertação etc.
Mas de forma conjunta e associada, e não isoladamente. Eis o caminho para a
sabedoria.
©Mhauro Garcia
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