
Final do ano, época de estímulo festivo, cria ações diversas para todos que se envolvem no espectro deste período. Destarte, muitas pessoas revelam comportamentos contrários à proposta de congraçamento, idéia central dessa mobilização. É fácil ver gente buscando o isolamento ou se dizendo alheia ao momento de exaltação da alegria e da proposta de renovação. Algumas pessoas afirmam sentir angústia e depressão, outras uma alegria frenética ou então sentimento de solidão misturado com nostalgia. Existe até quem sente revolta. Um dos motivos para esses comportamentos, segundo alegam, é fruto de uma reflexão sobre o fim de um ciclo e o início de outro. Será?
Interessante é que essas classificações de estado motivacional é o ponto de convergência para pessoas criando comunidades etéreas as quais se justificam ligando os sujeitos pelas suas disposições. O resultado é a igual ação em conjunto de pessoas com entendimentos semelhantes. Entendimentos que têm origem nas representações externas dos momentos de mobilização coletiva. Compreendido isso, deduzimos que esse estímulo de ação conjunta poderia ser chamado de indução ao espírito. Mas afinal, o que vem a ser espírito?
Diferentemente da crença no intangível e da crença no sobrenatural, para mim, espírito é um agrupamento de motivações e predisposições subordinadas aos graus da consciência a procura de realização, as quais respeitam um critério de valores morais, simbólicos e materiais formando um corpo de impulso.
Assim, considerando que o sujeito possui uma inteligência intuitiva, esse comportamento oposto ao estímulo de congraçamento não seria a reação em forma de frustração com origem na certeza de saber que jamais viverá completamente uma festa com modelo criado fora de sua realidade de vida? Afinal, os símbolos que representam as festas de fim de ano são, no sentido estrito, representantes de uma realidade de outros.
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Gostei do conceito...
ResponderExcluirNão considerando o Natal, que é um tempo para a família, mas falando de festa de fim d'ano, simplesmente não entendo a importância da virada de ano. Para mim, dia comum, apenas marcado por uma ausência injustificada de trabalho. Confraternização universal temos que fazer todos os dias. Não acha?
ResponderExcluirsds,
a.t.p.
Oi, Torquilho, é por ai!
ResponderExcluirInfelizmente nessa data, quando deveria proporcionar um conforto à alma pela proposta dela, podemos ver com facilidade o oposto. E é desse oposto, da dor da alma, que pretendo tratar nesse texto. Penso que se conseguimos saber os motivos das dores da alma, poderemos tratá-la a ponto de não mais senti-la. E o tratamento passa por cada dia do ano, o ano todo.
Abraço
mgarfil
Oi Mhauro,
ResponderExcluirNão parei para pensar sob esta perspectiva, de que haveria uma possível dor nessa situação. Acho que é por não vivê-la (a dor)... não sei bem, não refleti.
Penso que as pessoas deveriam ser incentivadas a superar esses sentimentos e emoções de perda e melancolia, tendo em vista que a própria idéia de "renovação" é um conceito dualista incompatível com o desejo de uma constante evolução do ser - rumo a uma realidade de auto-suficiência filosófica (ou, trocando em miúdos, situação facilmente superada com livros de auto-ajuda e um bom convívio social).