CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

10/10/2008

Revelações Pessoais


Algumas pessoas têm certa resistência para expressar suas dificuldades por causa da educação pautada na regra do ser infalível. Ou seja, uma educação moldada a partir da crença da auto-suficiência absoluta. Sem dúvida que a autonomia é, mesmo que inconscientemente, o objetivo e desejo de cada um, mas imaginar que a humanidade já chegou a esse patamar de maturidade é um ledo engano. Penso ser um engodo grandioso para as relações e, principalmente, para o sujeito. Isso se agrava ainda mais quando o imaginário individual acredita demonstrar fraqueza em admitir alguma necessidade ou dificuldade.

E o engodo está em confundir auto-suficiência com autonomia. Uma coisa, o primeiro, significa você bastar-se a si próprio, não precisar dos outros. O segundo, a outra coisa, quer dizer que você pode e deve ser responsável pelos seus atos, agindo de forma consciente entendendo que existe uma esfera pessoal e outra esfera coletiva que atuam ao mesmo tempo e devem ser levadas em conta na sua tomada de decisão.

O resultado dessa confusão é que ela faz o sujeito acreditar estar em desvantagem diante dos outros, pois as misérias íntimas estão fervilhando no seu seio enquanto que no semelhante tudo parece correr ás mil maravilhas. E assim de forma inversa. Resumindo, um pensando que o outro está melhor que ele. Tudo por causa da super-valorização do sucesso. Tudo por causa do medo de revelar-se uma pessoa sem força.

Mas o que é sucesso e o que é força?

Sucesso, para mim, é quando o sujeito reúne meios através de suas várias inteligências e consegue superar um problema. Portanto, é possível afirmar que, todos os dias, todos vivem sucessos e não sucessos.

A força está em fazer prevalecer a simplicidade para viver dificuldades sem acrescentar mais problemas à experiência. Ou seja, a força está em retirar o peso excedente da situação tratando-a de forma tranqüila e normal para qualquer sujeito.

Isso não significa que é necessário transformar a vida em um espetáculo trágico para os outros assistirem. Não é isso! O que penso ser útil para cada um, é o tratamento simples, verdadeiro e equilibrado sobre as dificuldades ou as necessidades individuais diante das pessoas que estão mais próximas. Quero dizer que perder o medo de revelar-se é grandioso.

Isso é tão útil que o próprio Cristo nos dá o ensinamento dessa atitude quando se viu passar por momentos de mais necessidade. Mas o mais impressionante é o momento que ele revela o seu íntimo e não faz questão de fazer segredo. Trata-se do momento que Ele viveu no deserto por quarenta dias e quarenta noites solitariamente.

O relato histórico na bíblia diz que Ele foi tentado pela fome, pelo poder, pela riqueza. Contudo, como o apóstolo poderia saber disso se Jesus estava sozinho? É isso mesmo, o próprio Jesus compartilhou sua experiência e sua dificuldade mais íntima.



Copyright©Mhauro Garcia Filho

2 comentários:

  1. caríssimo muito boa esta reflexão. Tenho problemas em aceitar minhas limitações, sempre tenho que ser forte em tudo, na minha casa sou âncora, no trabalho faço tudo, com os amigos sempre tenho a palavra de força. Só que a "super poderosa' ainda precisa aprender a dizer: não posso; estou cançada. estou com medo.. mas sei que nunca é tarde, vou procurar rever meus conceitos.
    Bjsssssssss

    ResponderExcluir
  2. Olá, VÂnia...
    É isso mesmo, uma hora somos fortes e podemos ajudar, outra hora somos fracos e precisamos de ajuda. E isso nos faz crescer, sempre!
    bjs.

    ResponderExcluir

Grato pelo seu comentário.