
Uma das sensações mais desejadas pelas pessoas com quem estive conversando é a felicidade. Afirmam que é com esse sentimento que a vida passa a fazer sentido. Afinal, dizem, é um estado de espírito que dá motivação para a vida. É a busca pela sensação de felicidade que faz com que as pessoas trabalhem na construção de seus ideais.
Daí fica fácil de perceber que a felicidade é algo que sempre está por vir e se realiza de forma pontual quando acontece algo desejado. Tanto é assim, pontual, que depois de realizar o objetivo, o estado não feliz retorna. É o mesmo que dizer que o ideal é a felicidade e que esse ideal não resiste ao real.
Se isso acontece, significa dizer que a vida é um estado não feliz e que, portanto, a maioria dos ideais de cada pessoa não se realiza.
Por isso, dá para deduzir que o estado de espírito predominante é o não feliz e que está sujeito a modificações para o estado oposto, o feliz. Quer dizer que são dois extremos que alternam a sua polaridade. Em um momento da vida vive-se a felicidade e noutro momento vive-se a não felicidade. E assim vão acontecendo sucessivamente.
Os dois passam e os dois voltam. O estado não feliz como referência para a realização do estado feliz. E o estado feliz como resposta ao estado não feliz. O primeiro estado, o não feliz, aprisionando o espírito numa realidade que estimula a inspiração do ideal da felicidade. O estado não feliz baseia-se pela vivência do passado enquanto o estado feliz surge da esperança daquilo que pode vir a ser.
Ou seja, os vícios de pensamentos cristalizados por repetidas experiências ruins aspirando à superação, a transformação, renovando a esperança de uma vida em outra realidade.
Pois bem, se o leitor prestar atenção, poderá perceber que são vivências que têm origem no passado buscando projetar-se para o futuro. São fundamentos e expectativas focadas nos extremos.
Haveria um meio termo?
Com certeza! Mas, para isso, é necessário um estado de espírito que considero mais importante do que as oscilações que saltam da não felicidade para a felicidade. Trata-se do estado de paz interior.
É esse estado que parece ser o ideal para o equilíbrio do ser. Contudo, é preciso trabalhar observando cada momento buscando compreender-se no contexto em que está atuando e desejando. É necessário a consciência da responsabilidade de seus atos e a certeza de que tudo passa. Menos a plenitude de viver o momento presente.
Penso que a busca pela paz íntima é mais importante e valiosa, pois, com ela, é possível passar pelo estado da felicidade e da não felicidade com a consciência de viver o momento na sua plenitude sabendo que tudo é cíclico.
É isso!
Copyright©Mhauro Garcia Filho
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