CURSO FORMAÇÃO DE PREÇO

3/11/2016

A modernidade na metodologia tradicional








Faz algum tempo que troquei a docência pela instrutoria.  Quer dizer, deixei de ser professor com a necessidade de transmitir um conteúdo imenso num tempo relativamente curto, para ser facilitador do conhecimento, cujo propósito é habilitar um aprendiz a realizar determinada tarefa, comportamento, procedimento etc.

Com a atividade de consultoria organizacional, tive a oportunidade de me afastar do cotidiano docente e observar a metodologia de ensino tradicional, a qual se preocupa em repassar o máximo possível de conteúdo, em detrimento de saber se realmente o aprendiz saberia relacionar aquele ensinamento com o seu cotidiano.

Esse entendimento se fortaleceu quando voltei para os bancos de sala de aula para ampliar meu conhecimento, pois resolvi fazer um curso de TI. Ali, junto com outros colegas, percebi um comportamento resistente de alguns alunos quanto a certas disciplinas. Justamente nas disciplinas em que a maioria das pessoas tem resistência para chegar perto como a matemática, a física, a química.

A primeira coisa que percebi foi a alteração do estado de espírito de alguns alunos diante do início das aulas de matemática e lógica. O mito. E por causa dessa observação, deu para perceber, conversando com alguns deles, que esse medo não é exatamente das disciplinas, mas é do local emocional a que ela os remete. Ou seja, a disciplina faz com que eles revivam experiências emocionais ruins. Imediatamente lembrei-me dos professores que faziam comparações, riam da idiossincrasia dos alunos, diminuíam o aluno que não compreendia algo.

Somado a esse estado de apreensão, encontrei outra preocupação entre os alunos. A reprovação da disciplina. E isso me fez repensar o modelo em que, por séculos, tem sido utilizado para formar os alunos.

Nesse modelo, é possível ver o tanto de equívoco que está contido nele. Afinal, um curso é para educar ou para selecionar? Entendendo que existem essas duas perspectivas, percebe-se que o selecionar está disfarçado de educar. Pois para educar, é necessário repetir, repetir, repetir o quanto for necessário para que a mensagem seja assimilada e compreendida para a utilização prática do cotidiano.  Quando se pretende educar, o foco deve ser no aprendizado e não a ameaça da reprovação.

Pensando nisso, e tomando como meta a formação do aluno, não seria interessante que se enfatizasse a despreocupação quanto ao tempo e às perdas de disciplinas, mas que ele se dedique a aquele aprendizado, pois é o que ele pretende fazer!?! Que ele esqueça o tempo e que apenas se dedique ao estudo! E caso não acompanhe os outros que aprenderam mais rápido, o curso não o reprovaria em determinada competência, mas o realocaria em nova grade de estudo.  Que tal? É por ai, vamos pensar nisso!

Mhauro Garcia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pelo seu comentário.