
Todo insensato pensa ser inteligente por
acreditar que sua capacidade de adaptar-se à imposição de uma ideia é uma condição
alcançada somente por aqueles que entenderam a fórmula da sobrevivência.
Normalmente o insensato vive de opinião e,
por isso, não fundamenta suas escolhas. Mais do que isso, o insensato prefere
não se aprofundar em seu conhecimento. Afinal, conhecimento é uma barreira para
à plasticidade da insensatez, pois o conhecer exige uma postura contrária aos
seus interesses.
O insensato quando atua comete a insensatez.
E esta é filha da teimosia no erro e neta do proveito próprio, da vileza. Portanto,
na sua genética, o insensato contém o gene da burrice e da canalhice.
O insensato não suporta ouvir em humildade,
coerência e bom senso. De fato, essas três virtudes são um antídoto para sua
fórmula pragmática de conviver. No entanto, como o seu pragmatismo é
irreflexivo, é, portanto, inconsequente.
Mas o insensato devaneia em suas
justificativas superficiais como reverência à sua cupidez. Sua prioridade é a
satisfação do momento, independente dos resultados. Afinal, sobre os
resultados, ele vai se adaptando de acordo com seus interesses, pois ele possui
a insensatez como recurso de sobrevivência.
O insensato é capaz de sufocar até à morte
qualquer apelo da ponderação. O insensato se insurge como defensor dos direitos
individuais, principalmente dos direitos dele mesmo.
Por mais que o insensato pareça solidário com
alguém ou alguma coisa, ele sempre vai apoiar causas que atendam aos seus
interesses imediatos. Como é incapaz de projetar as consequências, é capaz de
usar as pessoas para conseguir se firmar em suas posições. O insensato nunca
enxergará a macro relação das coisas e das pessoas. Por isso, nunca perceberá a
influência de sua ação como reforço para a realização de problemas.
Contudo, o insensato desconhece, por ser o
que é, que a insensatez tem outro parente bem próximo cujo gene também está na insensatez.
A traição. Isso mesmo! Por viver na
superfície dos seus interesses, ele nem percebe que a traição é inerente à insensatez.
Isso que dizer que o insensato é o seu próprio
algoz, pois será traído por suas escolhas. As consequências chegam, mas como o
insensato não se importa, ela se acumula até a implosão de sua lógica. Ou seja,
a prisão do insensato em seu círculo vicioso, o qual lhe obriga a cometer mais
e mais insensatez.
É um infeliz desgraçado que corrompe o
desenvolvimento das coisas e das causas, tendo um único destino: o insensato
será traído pela própria insensatez!
©Mhauro Garcia
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