
Recebi algumas perguntas sobre o que seria um Modelo de Negócio por causa do artigo O modelo de negócio e a dignidade do inventor. Pois bem, para ser direto, vamos tomar um caso interessante de uma empresa que atua no mercado fitness, ou seja, no mercado de academias para malhação.
Então, se você fosse abrir uma academia dessas, o que você faria? Certamente que faria como a maioria das pessoas: ocuparia um ponto estratégico, compraria os equipamentos iguais ao da academia que você conhece e, para variar um pouco, inventaria exercícios como bicicleta dentro d´água, dança no quadrado etc. E buscaria trabalhar a divulgação. Correto?
Só que houve uma empresa que abriu um empreendimento nesse mercado que foi um pouco além disso. Sabendo que todas as concorrentes disputavam de uma forma comum, resolveu apurar a vista e desenvolver um serviço diferenciado. Contratou alguns profissionais especializados e fez um levantamento de informações para formatar seu “produto”.
O fato é que essa empresa descobriu coisas importantíssimas a ponto de conceber um modelo de negócio. Primeiro ela descobriu que as mulheres sentiam-se incomodadas por malharem junto com os homens. Motivos: por não estarem produzidas; por se sentirem envergonhadas quando estavam em algumas posições que os aparelhos impunham. Segundo, por haver muito espelho. Elas não gostavam de se verem descabeladas ao mesmo tempo em que se viam gordas. Terceiro, o tempo que elas dispunham era sempre reduzido para essa atividade e nunca completavam o ciclo de exercício. Quarto, não tinham a liberdade natural que predomina num ambiente só de mulheres.
De posse dessas informações, modelaram um tipo de negócio, pois encontraram um mercado feminino dentro do mercado fitness. Então investiram da seguinte forma: seria uma academia só para mulheres; pouquíssimos espelhos; o ciclo de exercícios seria apenas de trinta minutos por dia. Isso foi a base! Imagine o que aconteceu? Virou franquia mundial com rendimento fabuloso.
Portanto, isso é um modelo de negócio. Deu para entender?
Esse caso é um modelo de negócio. Agora, veja que junto do modelo de negócio, é possível adicionar tecnologia. Como da mesma forma, é possível ser apenas a tecnologia. Considere ainda que, nos dois casos, existem metodologias específicas e diferenciadas do senso comum as quais necessitaram de um intelecto, um ser humano, para formulá-las o que configura, para ambos, uma propriedade intelectual.
Sim, quer dizer que modelo de negócio significa uma matriz que permite que outros possam ser moldados a partir desta. Não é apenas a originalidade que esta em questão, há outros elementos. Pode comentar isto?
ResponderExcluirIsso mesmo, Maria Elda, a originalidade é fundamental para se configurar um modelo de negócio. Claro que podem argumentar que todo negócio novo é original. Contudo, quando surgiram aparelhos de ginástica, o novo era a tecnologia, os aparelhos que possibilitaram a abertura de vários negócios. Todos usaram essa tecnologia da forma mais óbvia que poderia ser concebida para sua utilização. E com certeza, a composição das variáveis é que permite uma originalidade, uma criação, uma diferenciação. Veja que essa originalidade é a capacidade de fazer uma leitura diferente do comum. Para isso, pressupõe um ajuntamento de conhecimentos que dormitam no íntimo do criador.
ResponderExcluirPor esse motivo, essa criação, concepção pessoal que possibilita algo novo, deve ser atribuída ao seu criador respeitando a sua obra. Portanto, pode até servir de matriz para novos negócios, mas jamais preterindo o marco renovador. Ou seja, a pessoa que possibilitou essa inovação.